Professor indiano liberta meninas do casamento infantil e ganha “Prémio Nobel de Educação”
Num mundo onde os políticos estão ocupados com tudo menos melhorar a vida das pessoas, a responsabilidade de implementar a mudança verdadeira e substancial recai sobre os ombros da pessoa comum.
Felizmente, existem super-homens e super-mulheres ao nosso redor que trabalham altruisticamente pela humanidade, e entre eles está um homem chamado Ranjitsinh Disale.
O vencedor do cobiçado Prémio Nobel da Educação de 2020 e do prémio de US $ 1 milhão da Fundação Varkey, Ranjitsinh Disale, é um professor da primária de 32 anos, natural de Zilla Parishad de Maharashtra, na Índia.
O Prémio Nobel da Educação destaca e homenageia a profissão docente, trazendo maior reconhecimento ao trabalho dos professores por todo o mundo, e Ranjitsinh Disale foi eleito vencedor entre 12.000 professores e um total de 140 países.
Ranjitsinh abandonou a engenharia, a primeira área que escolheu, e investiu num programa de formação de professores por sugestão do pai.
Embora inicialmente relutante quanto à decisão, o seu tempo na faculdade fê-lo perceber que os verdadeiros agentes de mudança no mundo são os professores.
Então, Ranjitsinh revolucionou os métodos de ensino da sua aldeia. Quando ingressou na escola Zilla Parishad como professor, o edifício da mesma estava em ruínas, espremido entre um estábulo de gado e um depósito.
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A sua primeira missão foi transformar o prédio da escola, e posteriormente traduzir os livros didáticos para a língua materna da sua aldeia para tornar a educação mais acessível.
Depois, também incorporou os livros didáticos com um código QR exclusivo que fornece aos alunos o material de estudo em formato audiovisual, ideia que foi adotada pelo Conselho Nacional de Pesquisa e Treinamento Educacional.
Ranjitsinh também fez campanha para colocar fim aos casamentos de adolescentes e incentivou a educação das meninas na sua aldeia.
É por causa dos seus esforços que os funcionários da aldeia relataram que não há registo de nenhum casamento de adolescentes na aldeia nos últimos anos.
Para além disso, a vila também se orgulha de ter 100 % de frequência de meninas na escola, o que ainda é um sonho para muitos estados indianos.
Mais do que professor, Ranjitsinh trabalha para construir a paz entre os jovens nas zonas de conflito.
Ele conecta jovens da Índia e Paquistão, Palestina e Israel, Iraque e Irão e dos EUA e Coreia do Norte através da sua iniciativa chamada “Vamos Cruzar as Fronteiras”, que envolveu 19.000 alunos.
Num período de 6 meses, os estudantes são colocados em contacto com um “amigo da paz” internacional com quem devem interagir.
Ranjitsinh também construiu um laboratório de ciências em sua casa, onde realiza e demonstra experiências científicas, e chega a levar alunos com recursos limitados em viagens de campo virtuais nos seus fins de semana, usando a plataforma Microsoft Educator Community.
Ele fez história não apenas ao ganhar o Prémio Nobel da Educação, pelo prestígio, honra e 1 milhão de dólares associados, mas também por ter dividido metade do prémio em dinheiro com os outros 9 finalistas.
A sua conquista reuniu votos de felicidades de pessoas por todo mundo, incluindo Dalai Lama, Maharashtra CM Uddhav Thackeray, o governador de Maharashtra Bhagat Singh Koshiyari, o líder do Congresso Shashi Tharoor e outros.
No entanto, o Prémio Nobel da Educação não é o primeiro reconhecimento internacional que Ranjitsinh recebe pelo seu trabalho exemplar: a Microsoft já lhe atribuiu o título de “Microsoft Innovative Educator Expert” anteriormente.
O seu trabalho também foi mencionado no livro “Hit Refresh”, do CEO da Microsoft, Satya Nadella.
Ranjitsinh ganhou ainda o prémio de Investigador Inovador de 2016 e o prémio de Inovador do Ano da National Innovation Foundation em 2018.
Pessoas como ele devem ser valorizadas e admiradas, porque são os verdadeiros heróis da nossa sociedade.
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